quinta-feira, novembro 23, 2006

... Em tudo...

E se escrevesse um poema?

Não sobre o amor ou a noite

Sem o fado ou o luar

Um frívolo poema assim

Sem magicar…

Sobre uma coisa qualquer

Sim, uma coisa qualquer

Uma coisa qualquer tem qualquer coisa de poético…

Há poesia no frenético,

No anti-estético

No orgânico, no mecânico

No harmónico e na entropia

No colorido a preto e branco

Na tempestade e na acalmia

No palpável e no impalpável

No físico, no inexplicável

No eterno ou no pontual…

Na esterilidade inesgotável

Em qualquer coisa trivial

È possível,

A fenda na alma lateja

E é possível,

Sim… Ei-lo!

Triunfante, o poema

A emprestar brio à coisa

A qualquer coisa

A uma coisa qualquer!

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