sexta-feira, novembro 22, 2013

Rita

Cheiras bem, Rita
Beijo-te, fecho os olhos e inspiro
Como se te pudesse absorver
Olhas-me como se dissesses,
Não fujo, estou aqui
Como se percebesses a ânsia
De te ter
E depois sorris
Por nada, ou talvez por tudo
Sinto-me eu pequenino então
Desarmado, despido, à mercê
De ti

quarta-feira, abril 10, 2013

Tarde estragada


É tempo de ver chover
Entrelaça-se o som com o crepitar,
o piano melancólico
que chega, sem avisar

É um anoitecer de almas
Turva-se a luz com o findar,
o malte derretido
que flui, sem evaporar

É um frio de mármore
Fica-se o corpo com o tremor,
a febre abrupta
que vai, sem ardor

É um anúncio de fim
Relaxa-se o espírito com o render,
a dormência apetecida
que fica, sem querer

sábado, março 09, 2013

A dó de não poder

A dó de não poder
Abraçar o mundo e ter
De uma só vez o conhecer
Todo
E citar de cor
Os poetas do amor
Passageiros da dor
Todos
E saber enunciar
Teorias sem hesitar
Teoremas de encantar
Tudo
Conhecer os segredos
Dos músicos os medos
 E as odes dos ledos
 Todas
E então?
A sede secaria
A busca finaria
E de mim o que seria?