segunda-feira, junho 04, 2012

Benvinda Sejas Maria


Benvinda sejas
À grande casa solar
A este tempo finisecular
Hoje é o teu dia de estreia
Olha à volta tens a casa cheia
Há estrelas e rios na plateia

Tudo isto é teu
Aquém e além do horizonte
A brisa que afaga o amieiro
E a água na fonte
Benvinda sejas, maria
Benvinda sejas, maria

Por ti as águias velam
No cimo dos montes
E a lua rege
O orfeão das marés
À noite os poetas
Decifram os lunários
Para ver se conseguem
Descobrir quem és

Tudo isto é teu
A terra é tua serventia
Mas vais ter de lutar
Por ela e por ti em cada dia
Benvinda sejas, Maria
Benvinda sejas, Maria




Rui Veloso, Bernardo Sassetti

sexta-feira, junho 01, 2012

Maria,

Vou continuar a escrever-te como se lesses, já. Agora que és uma realidade de três quilogramas, que te tenho nas palmas das mãos, que te aperto contra o peito, te cheiro com força, te beijo levemente para a barba não te picar, te sussurro ao ouvido palavras tontas, te seguro de mil maneiras diferentes quando choras, ou adormeço contigo aninhada nos meus braços. Agora, que te beijo outra vez quando saio de manhã, que subo as escadas mais depressa quando chego à tarde, na ânsia de te ver, pegar, cheirar, sentir. Agora, já não há nada a fazer, estou irremediavelmente apaixonado por ti, até ao mais ínfima grama do teu ser.