terça-feira, dezembro 02, 2008

The Big Sunday Jazz Experience


A discussão sobre as correntes filosóficas antagónicas (?) de Bergson e Decartes esteve na moda aqui há uns tempos… Entre imperiais e tremoços, depois da lebre levantada pela figura carismática de um erudito professor, sem fundamentos profundos e sim de forma descontraída ou leviana se quiserem, tentava-se rotular, talvez abusivamente, os que na discussão participavam. Os argumentos apresentados eram tanto mais estúpidos e incoerentes quanto mais avançada era a hora e, logo, o número de imperiais tragadas…
Ora no passado dia 1 de Dezembro, feriado, dois indivíduos rotulados de Cartesianos, pela formação académica nos domínios das engenharias e interesse generalizado pelas ciências, foram capazes de viver uns momentos de inspiração Bergsoniana (ou não!). Passo a explicar: o Zé da Net e eu resolvemos fazer qualquer coisa diferente da nossa tarde e fomos para o Domingão acender a lareira, abrigar-nos do frio e também tocar umas modas. Ele levou a sua guitarra eléctrica e o seu amplificador da era da Maria Castanha (velhinha que deve ser esta senhora…) e eu o meu saxofone. “Ah e tal, estive aí a ver umas cenas na Net sobre Jazz e vi este acorde e aquele…” Dizia ele, entusiasmado, enquanto produzia sons que me diziam qualquer coisa. “Epah, tenho aqui estas escalas, estás a ver, mas eu é mais tipo fisga…” Dizia eu, enquanto experimentava uns sopros encadeados…
Começamos pela lógica (como Cartesianos, talvez): esta escala é assim, logo há estes acordes assim e assado, segundo a teoria não sei quantos… Mas o resultado não estava a ser o esperado. Esperamos um pouco e a intuição foi quem nos levou: “Epah, vai tocando que eu apanho-te…” disse ele. Eu sabia que sim e ele sabia como.
E assim foi, comecei com umas frases famosas, depois fui por aí fora e quando demos por nós estávamos entre sorrisos a gostar do que ouvíamos.
O intuitivo que é o Jazz e as interpretações matemáticas que tem… A forma de o fazer, não sabemos ainda, mas começamos humildemente assim:

http://www.lastfm.com.br/music/The+Big+Sunday+Jazz+Experience


NOTA: Estas gravações foram realizadas com aparelhagem própria em ambiente acusticamente cuidado (telemóvel Nokia Xpto, na minha sala com a lareira a rebentar, uma cadela supersónica (Estronca) e uma caçada de pombos…)

terça-feira, novembro 18, 2008

Dia B... SLB!


O recente convite para colaborar num Blog dedicado ao Benfica, levou a perguntar-me como, quando e porque é que me tornei um benfiquista. Então recordei-me do episódio que a seguir relato…
Era um dia normal no Jardim de Infância, devia estar ou a tirar cacanhos do nariz, a comer pasta de dentes ou a esfregar o chão de joelhos (com as devidas protecções de napa cozidas às calças, claro).
A certa altura um puto mais velho interpelou-me, num tom altivo e ameaçador e questiona-me sem rodeios sobre a minha preferência clubística. Avançou as únicas duas hipóteses de escolha lógicas: “És do Sporting ou do Benfica?” Naquele tempo nem se mencionava o outro chamado “clube grande”. Não havia quase ninguém do Porto e os poucos que existiam era porque acumulavam outras patologias psicológicas além dessa. O tom intimidador da abordagem surtiu o efeito pretendido e a minha resposta não foi imediata, sobretudo porque havia a suspeita de que iria ser diferente daquela que o opressor queria ouvir. Respondi então a medo: “Sou do Benfica.” Sinceramente naquela altura ainda nem tinha bem a certeza, mas achava que o meu pai era do Benfica, os meus amigos também deviam ser, portanto era a decisão acertada. A minha tomada de posição valeu-me imediatamente um apertão de pescoço quase até à asfixia, a que se seguiu a repetição da pergunta, a repetição da resposta e consequente repetição da tortura. Não sei quanto tempo isto durou, ou quantas vezes se repetiu, mas resisti heroicamente sem me vergar, perante um inquisidor persistente e feroz que ansiava por uma resposta em tons de verde.
Hoje agradeço ao Billy, na altura ainda era só Fernando, que me ajudou a decidir acertadamente naquela que é porventura a primeira grande escolha na vida de um puto de 4 ou 5 anos. Nesse dia cheguei a casa e perguntei ao meu pai, só para ter a certeza: “És do Benfica, não és?”, “Claro que sim, filho”(respondeu surpreso), “E o avô? Também é?”, “Sim, na nossa família toda a gente é do Benfica…” Suspirei aliviado e o meu benfiquismo, que se resumia a uma leve suposição, passou a ser uma convicção, fortalecida pela experiência tortuosa a que tinha sido sujeito.
Refira-se que mais tarde o Billy pagou com juros aqueles apertões de pescoço traumatizantes, tendo sido brindado com bonitas projecções, chaves de braço e outras poesias que tais, quando fomos colegas no Judo. Isto numa altura em que a diferença de idade já não era determinante ou pelo menos proporcional à compleição física e atitude mental.
O meu benfiquismo foi crescendo forte e saudável, o solo era fértil, abundavam nutrientes desportivos e futebolísticos e os resultados em finais de 80, princípios de 90 ainda motivavam putos como eu era. Quando ainda pensava que podia ser jogador de futebol, ao assistir a jogos menos bem conseguidos do meu glorioso, confortava-me realizando o seguinte artifício: “Quando for grande e lá estiver a jogar, não perdemos de certeza…” Outras vezes nem isso me valia e chorava simplesmente. Hoje sei que passei ao lado de um grande carreira (o 107 para o Cais do Sodré, ou para os pontessorenses, a “carrêra pás Galveias”) e sou um benfiquista sofredor. Quem diz sofredor, diz apaixonado, mas não fanático ou doente. Não sou “doente do Benfica”, mas ando muitas vezes constipado, se é que me entendem… Assistir a um jogo perto de mim dizem que é giro, sou conhecido por ter reacções extemporâneas e até talvez desadequadas para um ser que se diz racional… Desde os insultos que dirijo sobretudo aos árbitros, mesmo estando estes dentro do aparelho televisivo e portanto com poucas probabilidades de me ouvir, até à forma como dou por mim a festejar um golo do bem-aventurado (procurei sinónimos de glorioso e achei piada a este). Ora, meus amigos, festejo muitas vezes da seguinte forma: de pé, às vezes aos saltos, gritando muito alto “chupa” e normalmente com os dedos médios de ambas as mãos em riste, movimentando os braços ritmadamente, como se simulasse a introdução dos mesmos, quem sabe, na cavidade anal dos adversários, porque não…(Que mau, é favor não registar esta última parte…)
Fui sócio durante uns anos, mas o meu padrinho, que me pagava as cotas, não gostou de termos perdido o campeonato em 96… Hoje sou “apenas” sócio do Eléctrico Futebol Clube, um dos dois maiores clubes do mundo e penso seriamente em voltar a associar-me ao outro. (Reparem nas aspas no apenas, é importante que reparem…)
Concluindo, sinto que fui bafejado pela sorte no dia em que me apertaram o gasganete, porque isto de ser maior do que os homens não acontece só aos poetas, acontece também aos benfiquistas.

quarta-feira, abril 23, 2008

A Fonte da Cidade

Se há uns meses pude “desperdiçar” tinta a escrever sobre a fonte da vila e o seu estado de degradação, devo agora também assinalar a sua ressurreição.

Sim, voltámos a sentir vida num marco histórico da nossa terra. (Falo como pontessorense e para pontessorense, porque outros dificilmente entenderão)

A Fonte da Vila foi reparada! Encontra-se de cara lavada, como se gosta de dizer agora.

Assim e porque a prosa me sai agora menos óbvia:

Lavaram-na as águas antigas,

Que despertaram almas distraídas

Antes que fosse olvidado o meio

De onde acontecem assim, cristalinas.

Trataram-na agora reverentes,

Quem por ela não olhou outrora;

Em paz, felizes, contentes,

Pois verte incessante e não chora.

Cuidaram-na quem se sentiu e sentou,

já lá por certo namorando um dia.

Pintaram-na aqueles que sabem

E quem já lá bebeu sabia,

Que morrer triste e sombria,

Que morrer assim, não podia!

Foi a tentativa… Ok, sou melhor a dizer mal! Dizer mal é mais fácil, toda a gente sabe. Mas resumindo, concretizando, sintetizando e outros gerúndios que tais: obrigado por me terem devolvido a fonte!

terça-feira, março 11, 2008

Hoje é dia U (”Onze do três!”)

O dia dos Ultras foi uma ideia já nem sei de quem, já nem sei há quanto tempo, nascida numa descontraída noite de 11 de Março, no seio de um grupo de jovens sonhadores, que se encontravam na altura num estado de psicose colectiva, provocada maioritariamente pela concentração excessiva de álcool no sangue, mas também pelo clima de euforia e regozijo que caracterizava as “reuniões” daquele grupo de tertulianos.

Alguém proferiu, sem ter consciência momentânea da importância do que estava a ventilar, entre soluços e o andar cambaleante: “Epah, tive uma ideia: a partir de hoje o dia 11 de Março passa a ser o dia dos Ultras!”. Ora dizer isto no clima que se vivia, foi o mesmo que atiçar um doberman com raiva a um grupo de adeptos afectos a uma qualquer claque, possuidores de estupefacientes e com paus nas mãos (fui longe demais na analogia eu sei…) Logo a seguir alguém completou: “Yah, a partir de hoje, no dia 11 de Março temos de nos juntar e fazemos uma granda jantarada, seja onde for que estejamos…” O carácter definitivo da coisa ficou selado, quando houve quem dissesse: “Epah, mas isto tem de ser mesmo a sério e para sempre!” Obviamente que tudo parecia fácil na altura e fizeram-se promessas de cumprir o estipulado, como se de uma lei divina se tratasse.

Os anos foram passando… Nos primeiros aniversários ainda foi fácil juntar o núcleo duro (Eu o Roy e o Bicas, porque o Gandalf já era complicado convencer a vir…) e houve até indivíduos que não faziam parte da formação inicial e que ampliaram o grupo em determinados jantares (o Panqueca, o Lelo, o Varela, não sei se o Barradas e o Claide Zéi não chegaram a vir também, entre outros Ultras…)

Mesmo já no tempo da faculdade, cada um para seu lado e às vezes do mesmo lado, íamos conseguindo sempre juntar-nos. Umas vezes éramos mais, outras vezes éramos menos, mas o espírito era o mesmo, o da fraternidade. O objectivo era o mesmo: o convívio e a partilha uns dos outros, do que éramos, do que queríamos ser, com quem e onde, entre outras interrogações com mais ou menos sentido (cada vez menos com o aproximar do alvorecer), que surgiam entre a bruma da madrugada que nos ia envolvendo…

Depois, a vida despreocupada e ocupada só com sonhos, criatividade e ilusão foi acabando e chegou a ocupação, a objectividade, o material… E tornou-se cada vez mais complicado reunir os Ultras. Ok, o jantar não pode ser dia 11, será no fim-de-semana seguinte, tudo bem. O jantar realizava-se na mesma e não havia espiga.

O ano passado, por exemplo, o jantar foi para aí um mês depois, já meio descaracterizado, mas foi fixe na mesma, claro!

Hoje em dia a chama do dia U está fraca, é verdade, mas continua a resistir a tempestades e vendavais e nem que seja outra vez daqui a um mês, havemos de ir jantar ao Príncipe, pelo menos o Roy, eu e o Bicas… “Ó Zé Manel, encomenda mas é os bichos que os Ultras vão aí…” Não sabem quando, não sabem quantos, não sabem quais, mas hão-de ir!

O futuro do dia U é uma incógnita, mas desconfio que enquanto houver amizade entre nós, vai haver pelo menos um telefonema a lembrar a data, nem que seja da China.

Ultras?!

terça-feira, fevereiro 19, 2008

A Última Noite?!


Mítica, a noite do passado Sábado… A Discoteca Primo Xico encerrou as suas portas para sempre, ou reformulando, o espaço físico onde funcionou durante 25 anos não mais vai ser o palco das noites de Sábado da nossa cidade. Digo o palco, porque foi mesmo o único palco durante largos anos… Foi tão simplesmente: a Discoteca.

Começo por tentar descrever a noite de Sábado… É difícil: dizer que as paredes do velhinho edifício voltaram a gemer água é pouco, que as portas voltaram a balançar com os decibéis, ou que chegar ao bar era tarefa complicada, continua a ser pouco, que as casas de banho escorregavam assim como o suor nas testas e o álcool nas gargantas, que o contacto humano era inevitável… Pouco! Agora dizer que houve abraços de arrepio em reencontros com amigos, que eram também reencontros com momentos vividos ali, naquele sítio. Que as lágrimas que rolavam em algumas faces eram de saudade e melancolia, mas também de exultação e cumplicidade, uma amálgama de sentimentos díspares e profundos. Esta já é uma possível descrição do que se passou…

Ao leitor que considera excessivo o uso de tanta adjectivação, posso sempre retorquir alegando que a minha visão é parcial e que a sobriedade já não imperava em mim a certa altura da noite. Não tanto pelas cervejas que ia entornando, ora na garganta, ora na pista em mais um efusivo brinde, mas mais pelo turbilhão de emoções que experimentava e que me iam turvando a percepção. Alguém disse um dia que recordar é viver ou que a vida é aquilo que tu te lembras dela (Gabriel Garcia Marquez?). Pois essa noite foi um hino ao passado numa derradeira viajem pelas noites curtas, mas intensas do Primo Xico.

A certa altura toda a gente lá ia (e aqui “toda a gente” não é exagerar muito). Lembro-me bem, o primo Xico à porta, enfiado no seu casaco, a lamber o dedo com que a seguir separava do molho dos cartões, aquele que entregava a quem queria entrar. Azul para o menino, rosa para a menina. Entrava-se e era tentar chegar ao balcão, entregar ao João Pedro o casaco para guardar, falar ou não do Sporting (se tivesse perdido sim), cumprimentar a dona Maria Maurícia, que já ia servindo um Whisky a alguém e pedir talvez à Telma ou ao João José a primeira bebida da noite: “Um Gin Tónico, se faz favor.” (a partir de certa altura comecei a gostar de Gin, mas podia ser outra coisa…) Seguia em direcção à pista. A rapaziada da Tramaga à direita, debaixo dos arcos o pessoal do cabelo à playmobil, a malta da geração acima, por baixo do DJ, que podia ser o Henrique ou o João Ernesto, ou mesmo o German, ultimamente. Chegava ao spot da minha rapaziada: cumprimentos outra vez, ver quem estava, anotar quem faltava, abraços e outras manifestações, sobretudo de afecto… Se chegasse cedo, corria o risco de a pista ainda não estar aberta. Era embaraçoso, mas havia sempre quem se chegasse à frente e perdesse a vergonha. Quanto mais não fosse porque o tempo era precioso, afinal de contas eram só duas horinhas e meia de discoteca. Depois era ver o tempo a voar, entre mais uma bebida, uma piscadela de olho naquela miúda, uma dança atrevida aqui, um abraço acolá e acabava a música. Toda a gente sabia quando chegava a última música, era fácil, era um slow. O famoso slow do Primo Xico. Havia quem passasse o tempo todo a congeminar um plano para dançar o slow com determinada pessoa. Era giro… Depois era a fila para pagar e o Xico a tentar expulsar, com a sua paciência, os mais que muitos que ali continuavam, quase sem darem conta do final da música, “Vamos embora rapaziada.”

A título pessoal, a discoteca nem foi muito marcante… Reunia-me lá com o pessoal de Sábado em Sábado, religiosamente. E convivíamos, partilhávamos, aprendíamos, experimentávamos, imaginávamos… Grande parte das relações com o sexo oposto começaram lá, inclusivamente a relação que hoje vivo. Sim, revelo aqui sem pejo, que me declarei à minha alma gémea na discoteca Primo Xico. Lembro-me tão bem dessa noite, sobretudo de como me tremiam as pernas… Epah, então se calhar até foi marcante…

Sinto que podia continuar a descrever e a contar histórias da Discoteca durante mais uns parágrafos, mas vou terminar (finalmente, não é?!), deixando aqui uma homenagem ao sítio e às pessoas que a fizeram e fazem, sobretudo porque me viram crescer a mim e a muitos outros filhos de Ponte de Sor, como eu. Obrigado!

domingo, fevereiro 17, 2008

Há dias...

Há dias reparei que não sabia mais o que fazer em relação a determinado assunto. Fiquei confuso, baralhado, dúvidas surgiam-me e encerrava-me tamanha entropia, que não era capaz de discernir, decidir, saber. Não era capaz de saber, que sentido tem isto? Acontece-me por vezes ficar na merda e nem sequer saber dizer porquê, não sou capaz de saber porquê! Sei talvez separar episódios que podem ter conduzido a tal estádio, mas quando finalmente descubro um e o isolo, não faz sentido, são sempre demasiado pequenos para tamanha indisposição. O assustador é a facilidade com que a atinjo, a condição, e a dificuldade com que dela me liberto… Não é dramático nem acredito ser patológico, talvez até tenha exagerado e pareça louco, mas lá que é lixado é. Será que tenho necessidade de ficar assim às vezes, é isso? Ou é algo latente e que pode sempre ser usado como desculpa, mas que, à semelhança de um jogo de computador estou a guardar esse truque para o Boss e depois nunca o chego a usar?… É lixado, mas o mais lixado é não saber porque estou lixado! Que não-me-lembro-o-nome-da-puta-da-figura-de-estilo mais fácil e previsível… Patético! Já a forma como saí agora foi gira, tenho que admitir que não estive mal…

Ok, fiz parágrafo, portanto devia mudar de assunto ou pelo menos cortar, de alguma forma, com o que foi dito antes e talvez esta frase seja suficiente já que agora o assunto é a sintática ou semantaxe ou simantica ou semântica ou sintaxe nunca sei e não pus aqui nenhuma vírgula para que a ideia seja ilustrada. Não até sei, mas foi um bom artifício, não foi?! Bom, com isto tudo, estou a sentir-me melhor. Fez-me bem esta espécie de vómito. Sim, vómito! Quando se está maldisposto normalmente fica-se melhor depois da regurgitação. No fundo, esta folha de texto funcionou como uma sanita… Até estou a apoiar uma das mãos no PC e ajoelhei-me em frente a ele para que a ideia passe ainda melhor. Não, é mentira, não estou nada, ainda não estou assim tão perturbado… Aliás, volto a dizer, a minha terapia está a resultar, não sei o que vomitei, mas estou a ficar melhor. Continuo sem saber porque estive lixado, mas já não estou, portanto que se lixe, vou mas é jantar, que o meu mal se calhar é fome.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

A certa altura o concreto

Era uma vez eu

Ocupado sem afazer

Com a missão de sonhar

Aprender, criar

Descobria, inventava

E já havia o tempo

Mas havia tempo

Agora continua a haver o tempo

E já não há tempo

A certa altura: concreto!

Máquina, recurso, objecto,

E cada vez menos tempo

Não há mais tempo

Senão para o concreto.