terça-feira, março 11, 2008

Hoje é dia U (”Onze do três!”)

O dia dos Ultras foi uma ideia já nem sei de quem, já nem sei há quanto tempo, nascida numa descontraída noite de 11 de Março, no seio de um grupo de jovens sonhadores, que se encontravam na altura num estado de psicose colectiva, provocada maioritariamente pela concentração excessiva de álcool no sangue, mas também pelo clima de euforia e regozijo que caracterizava as “reuniões” daquele grupo de tertulianos.

Alguém proferiu, sem ter consciência momentânea da importância do que estava a ventilar, entre soluços e o andar cambaleante: “Epah, tive uma ideia: a partir de hoje o dia 11 de Março passa a ser o dia dos Ultras!”. Ora dizer isto no clima que se vivia, foi o mesmo que atiçar um doberman com raiva a um grupo de adeptos afectos a uma qualquer claque, possuidores de estupefacientes e com paus nas mãos (fui longe demais na analogia eu sei…) Logo a seguir alguém completou: “Yah, a partir de hoje, no dia 11 de Março temos de nos juntar e fazemos uma granda jantarada, seja onde for que estejamos…” O carácter definitivo da coisa ficou selado, quando houve quem dissesse: “Epah, mas isto tem de ser mesmo a sério e para sempre!” Obviamente que tudo parecia fácil na altura e fizeram-se promessas de cumprir o estipulado, como se de uma lei divina se tratasse.

Os anos foram passando… Nos primeiros aniversários ainda foi fácil juntar o núcleo duro (Eu o Roy e o Bicas, porque o Gandalf já era complicado convencer a vir…) e houve até indivíduos que não faziam parte da formação inicial e que ampliaram o grupo em determinados jantares (o Panqueca, o Lelo, o Varela, não sei se o Barradas e o Claide Zéi não chegaram a vir também, entre outros Ultras…)

Mesmo já no tempo da faculdade, cada um para seu lado e às vezes do mesmo lado, íamos conseguindo sempre juntar-nos. Umas vezes éramos mais, outras vezes éramos menos, mas o espírito era o mesmo, o da fraternidade. O objectivo era o mesmo: o convívio e a partilha uns dos outros, do que éramos, do que queríamos ser, com quem e onde, entre outras interrogações com mais ou menos sentido (cada vez menos com o aproximar do alvorecer), que surgiam entre a bruma da madrugada que nos ia envolvendo…

Depois, a vida despreocupada e ocupada só com sonhos, criatividade e ilusão foi acabando e chegou a ocupação, a objectividade, o material… E tornou-se cada vez mais complicado reunir os Ultras. Ok, o jantar não pode ser dia 11, será no fim-de-semana seguinte, tudo bem. O jantar realizava-se na mesma e não havia espiga.

O ano passado, por exemplo, o jantar foi para aí um mês depois, já meio descaracterizado, mas foi fixe na mesma, claro!

Hoje em dia a chama do dia U está fraca, é verdade, mas continua a resistir a tempestades e vendavais e nem que seja outra vez daqui a um mês, havemos de ir jantar ao Príncipe, pelo menos o Roy, eu e o Bicas… “Ó Zé Manel, encomenda mas é os bichos que os Ultras vão aí…” Não sabem quando, não sabem quantos, não sabem quais, mas hão-de ir!

O futuro do dia U é uma incógnita, mas desconfio que enquanto houver amizade entre nós, vai haver pelo menos um telefonema a lembrar a data, nem que seja da China.

Ultras?!