quinta-feira, outubro 15, 2009

Cinco esboços…
Havia tanto que queria escrever e falta-me tempo. Esse mesmo, inimigo da eternidade, que se vai expirando tanto mais rapidamente quanto empenhados somos a tentar aproveitá-lo. Acontece-me às vezes chegar à noite e olhar para o dia que passou com frustração… Mais um dia em que não fiz nada, não ouvi música, não toquei, não fui a um concerto, não escrevi, não discuti nada com ninguém, não vi sequer um filme… Não fiz nada, fiz umas coisas, produzi PIB, mas não fiz nada daquelas coisas capazes de travar a cavalgada do tempo. Amanhã tenho isto e aquilo para fazer e não me posso esquecer de tal coisa assim assim… Betonar, betonar!!!
Depois desta introdução a cheirar a desculpa esfarrapada, queria então deixar aqui uns esboços do que podiam ter sido textos se eu tivesse tido tempo/paciência/disposição/não desperdiçasse tempo a ver a novela/achasse que era capaz de os escrever, no limite. Então cá vai:

1. Cuba Libre?
O “all inclueded” que a pulseira de plástico possibilita, as águas quentes e cristalinas em paisagens com palmeiras e coqueiros, os constantes cocktails e as lagostas grelhadas acontecem em muitos lugares anunciados por agências de viagens vendedoras de sonhos, férias perfeitas, evasão, divertimento, excitação e tantos outros vocábulos utilizados em panfletos apelativos… Mas ir a Cuba é mais do que isso tudo. (Como se isso tudo não fosse já muito bom…)
Apregoam-se diferenças sociais enormes em vários países, vivem-se tempos em que o consumismo ocidental desacelera timidamente, embora não me parece que vá ser essa a tendência no futuro. Em Cuba odeia-se e inveja-se o consumismo ocidental. Em Cuba adora-se e detesta-se o regime. Em Cuba não falta nada a ninguém, mas ninguém tem nada. É toda uma tentativa de equilíbrio disfarçado, pintado de casas velhas, carros antigos e fumegantes e música dedilhada.
Fui a Cuba e não vi Fidel, assim como hei-de ir Roma sem ver o papa, nem sequer questão faço... Mas em Cuba vi Buena Vista Social Club, que já é muito! Assim como já tinha visto, não o Barack, mas Count Basie, no Blue Note… (Gabarolas?! Não, orgulhoso!)
2. @belem.pt
Deve ser a primeira vez que venho aqui falar de política. Política que é como quem diz aquilo que supostamente fazem uns senhores de gravata no tão bem emadeirado meio círculo. Venho indignar-me! Então o presidente, que eu pensava que existia para por água em fervuras de cozinhados acres feitos de hábeis retóricas, vem agora ele próprio incluir especiarias fétidas num dos, já por si, menos conseguidos cozinhados políticos dos últimos tempos? Porquê?
Esta minha infeliz analogia culinária e a sua complicada ou impossível interpretação é proporcional à confusão instalada na minha pobre cabecita de contribuinte médio, atónito e incapaz de perceber o que é que se passou afinal. Mas foram escutas ou e-mails violados? Ou foram bufos metamorfoseados em moscas que, em voos rasantes à cabeça do Anibal, captaram ondas sonoras que eram informações de estado? Isto enquanto os seus mil olhos iam reflectindo o iogurte com aroma de banana que Dona Maria tomava para o lanche. Quem é que ainda nunca disse: “gostava mesmo de ser uma mosca…”?
3. Legislativas e Autárquicas
Deve ser a primeira vez que venho aqui falar de política. Espera, é a segunda!
O Sócrates não tinha oposição, o Pinto muito menos. Mais do mesmo. É perfeitamente normal… Pessoalmente, não faço comentários, pois embora só tenha dois ou três leitores, não gosto de me manifestar no que toca a política. "Então se não fazes comentários, para quê a alusão?" Perguntam os dois ou três leitores. Porque aqui mando eu e faço o que quiser! E digo mais, se querem ver política discutida de forma séria e idónea vão a um blogue que eu cá sei. Ou vão à merda, que é quase a mesma coisa…
4. Noite da relva
Não interessa como, quem, nem por quê. Queria apenas tentar fotografar um momento vivido numa das últimas noites de um sábado.
Houve licores entrelaçados em brumas que pareciam pedaços de madrugada, houve notas ao lado e notas quase no tom em cordas e palhetas vibrantes. Houve ruídos elevados a frases de jazz e grunge por quem se envolvia e se deixava fundir numa embriaguez colectiva, salpicada de realidade por tons de azul. Insuficientes porém, para impedir a levitação daquele inebriamento que se partilhava. Naquele momento sim, o tempo parou, embora a noite se tenha esfumado num instante...
5. Futsal
Aproveito só para assinalar que, pela primeira vez, o EFC se encontra no lugar cimeiro da classificação no campeonato nacional da 3ª divisão nacional, série C. (Embora ainda só tenha havido um jogo, ehehe). Sobre a taça de Portugal, não sei de nada…

domingo, outubro 11, 2009