terça-feira, novembro 06, 2007

De volta à arena

“Então este ano? Jogas?”

A pergunta era repetida por várias pessoas, a resposta eu sabia-a desde o início… Ainda assim ia tendo dúvidas e tentando lutar contra a vontade que me invadia e era maior do que eu.

Sabia que não devia, era mais fácil desistir, ia matando o vício com uns joguitos com amigos aqui e ali, houve quem me aconselhasse nesse sentido (sei que era para meu bem). Mas tinha voltar, tinha de ser…

As razões não são difíceis de adivinhar: primeiro pelos amigos, pela equipa, depois pelo desporto, pela paixão, por não puder ver uma bola a saltitar sem ter vontade de correr atrás dela, por último pela competição, o bichinho da luta, o desafio, ganhar, perder…

E assim, jogo, vou jogando como posso. Com um fantasma que me impede de disputar os lances com antes, que me trava naquele instante em que ia mesmo ganhar a bola, em que ia rematar com toda a força e em desequilíbrio, em que me ia esticar para a bola não sair de campo, etc.. Mas é tão bom estar de volta, fazer um bom passe, marcar, perder a bola, recuperar, transpirar, correr, cair, fazer falta, sofrer falta, festejar, transpirar, correr mais, gritar, sofrer, marcar, transpirar, um passe, receber, driblar, perder, ganhar, transpirar, correr ainda mais… Vale a pena, tudo isto pesa mais do que o receio, a sensação de nudez que às vezes tenho quando calço os ténis e começo a correr, a impressão de fragilidade que ainda me assiste e me constrange em certos momentos. Estou de volta à arena, não sei por quanto tempo, mas estou de volta e é o que interessa. É bom. “It’s good to be back”, já dizia o outro…