terça-feira, abril 14, 2009

E assim foi:

Quando a ideia surgiu, numa conversa de balcão, entre incontornáveis imperiais e tremoços ubíquos, fiquei entusiasmado e pareceu-me um excelente desafio. Aceitei de imediato, embora alguma inquietude me tenha assolado ao dar-me conta da responsabilidade tremenda que acabara de assumir.
Assim, quando o Ricardo me enviou dois trabalhos dele para eu tentar escrever qualquer coisa que lhes emprestasse alguma coisa, já sabia o que aí vinha. E o que aí vinha era arte. “Será que vou ter arte, para a arte que aí vem?” Pensei.
Fiz o download. Abri a fotografia. Já a conhecia e sempre gostei dela… Mas agora tinha que a conhecer ainda melhor, tinha que entrar por ela adentro e entendê-la à minha maneira.
Olhei para ela, observei-a bem, contemplei-a, admirei-a mesmo… Ia tentando adivinhar onde era, ia tentando perceber em que ambiente se inseria. Mais rural, parecia-me. O degrau, o chão que parecia de terra batida… Enfim, tirava elações directamente da noite, que, já agora, me parecia quente. Devia ser Verão. Abri a folha de texto ainda sem ter nada pensado. Estava perante a mesma, a tentava decidir como e o que escrever…
Enfim, não foi nada fácil, mas nem só de coisas fáceis se faz a existência e não é por elas que se reza.
De repente identifiquei três personagens principais: a porta, a luz e a noite… A partir daí decidi assumir o papel de observador dirigindo-me directamente à luz, que assumiu então relevo na estória (ou história?) e se tornou minha interlocutora. Depois a porta como sua adversária, mais tarde sua cúmplice e a noite que as envolvia. Assim nasceu o texto abaixo. Achei interessante explicá-lo, contextualizá-lo… Só naquela.
NOTA: Enquanto o escrevia estava a curtir, assim que acabei achei que tinha ficado mais ou menos e quando o reli achei mesmo fraquinho, muito aquém… Depois confortei-me: “Ok. É normal. Se uma imagem vale mais de mil palavras e eu só escrevi 316…”

2 comentários:

Duque disse...

Bem... a foto é brutal, o texto está óptimo, logo, a explicação(perdoa-me se lhe estou a chamar nomes) veio dar o nó final para que ficasse realmente impecável. Resta-me dar os parabéns aos dois e agradecer.

Abraço

rogerAjacto disse...

Agradeço o comentário em meu nome e acho que posso agradecer em nome do Ricardo também...

Abraço.