terça-feira, abril 28, 2009

Pedreira da Fazenda, o poema possível


Secular sítio
Que se transforma
Num frenesim de calmaria
Em intervalos de paciência
Se te pudesse aprender
E soubesse falar contigo
Perguntava-te o que já viste
Quantos aqui te alcançaram?
Quantos não te entenderam?
Respeitaram, amaram
Desprezaram, não repararam
Quantos aqui já viram
A tua nudez, a tua inocência?
Quantos já ousaram
Beber-te a sapiência?

Lugar antigo
Que se transforma
Dos elementos abrigo
Nos elementos perigo
Húmido, frio, sombrio
Onde deslizas anelídeo
Onde o procuras ó melro
O teu bico amarelo
Será o seu jazigo
Aqui a metamorfose
É um rio de água nova
E as pedras postas por ela
É a larva que nada, tosca
E o peixe que não a deixa ser mosca
É o girino sem saber quem é
Rã? Sapo? Se houver fé

Mas adivinha-se o feixe de sol
A reflectir partículas de soslaio
Desenham milagrosamente o raio
Trespassando ramos torcidos
Pela vontade de beijar o rio
Sazonalmente despidos
De folhas que flutuam depois
À deriva, na velocidade
Denunciando a intenção
Ainda só sonho, ilusão
Pois na nervosa tranquilidade
Com ligeireza ou dificuldade
Há um objectivo a findar
Há enfim que chegar ao mar

1 comentário:

Cantifas disse...

ganda roger!
abraço